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PAPO COM JORGE TADEU

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      COPA DO MUNDO NO BRASIL EM 2014. BOM OU RUIM?

Uma Copa do Mundo por aqui (a primeira aconteceu em 1950) com certeza aguça ainda mais a paixão pelo futebol e a vontade de assistir de perto o que só é visto pela TV.

Além disso, pensa-se nas reformas e construção de estádios, na criação da infra-estrutura necessária para o evento (transporte, centros de treinamento, alojamentos, etc.) e nos empregos que toda essa mobilização pode ser gerar.

Ver a nossa Seleção no Morumbi, no Maracanã ou em algum novo estádio, de pertinho, será uma beleza, não será?

Mas a realidade brasileira nos mostra que não é bem assim. Quantos brasileiros têm 150 reais para pagar pelo ingresso mais barato de um jogo da primeira fase?

Qual seria o público pagante de uma partida, por exemplo, no Mineirão entre Coréia do Sul x Togo às 16 horas de uma terça-feira? Teríamos 45 mil pessoas no estádio sendo que a média de público do último Brasileirão foi de 12.300 pagantes? Acredito que seria vexatório ver os estádios vazios, diferente do que acontece em outros países.

Foto: FIFA World Cup 2006 - Coréia do Sul x Togo
Será que uma cena dessas se repetiria no Brasil em uma terça-feira à tarde ?

E a questão da segurança pública? Será resolvida com tanques nas ruas como na ECO92?

Será que ganharemos com os empregos gerados e os estádios reformados ou novos?  Infelizmente não é bem assim. Os empregos para esses eventos são temporários, não duram mais do que dois meses. E o “apagão aéreo”? Algum dia voaremos com segurança neste país? E a parte mais triste: o governo e a CBF tocando os investimentos necessários.

Vamos fazer uma comparação pensando nos Jogos Pan-americanos do Rio - que irão acontecer entre 13 e 29 de Julho deste ano - para imaginar o que nos espera.

A pouco mais de 100 dias de seu início, as obras não estão concluídas. Algumas modalidades deixarão de ser competidas por não haver mais tempo para preparar o local onde seriam disputadas.

O orçamento inicial do Pan foi estipulado em R$ 409 milhões, mas os gastos, no entanto, já somam R$ 3,2 bilhões, ou seja, aproximadamente oito vezes mais.

Em inspeção realizada pela FIFA, nenhum estádio do Brasil foi aprovado. Nem a Kyocera Arena, a conhecida Arena da Baixada, o mais moderno estádio brasileiro, pertencente ao Atlético Paranaense, teve a aprovação de Joseph Blatter, o presidente da entidade.

Para organizar a Copa, são necessárias 12 sedes em totais condições de utilização dentro das mais rigorosas normas de conforto e segurança.

Você diria: uma parceria com a iniciativa privada resolve essa questão. Mas o capital privado só aposta no que dá lucro. Após a Copa, esses estádios voltam a sua rotina de baixa arrecadação e uma parceria com o governo e CBF é difícil encarar até para o mais aventureiro dos empresários. A Copa Coréia-Japão custou 14 bilhões de reais, a da Alemanha – que não necessitou tantos investimentos - seis bilhões de reais. Todos sabemos que por aqui as licitações são constantemente fraudadas e os preços superfaturados. Mais um detalhe: a Copa do Mundo é deficitária. O valor arrecadado em ingressos e em turismo nunca cobriu as despesas em nenhuma das edições realizadas até hoje.

A candidatura já foi confirmada. Concorrente direto na América do Sul só a Colômbia, que padece dos mesmos problemas que nós e, para piorar - para eles -, com menos infra-estrutura. O Canadá com seu futebol semi-amador e novamente os Estados Unidos estão aguardando na fila de espera.

Minha intenção é despertar o debate sobre esta questão: vale a pena?
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Corremos o risco de ver o Morumbi vazio durante a Copa !!!

Dê sua opinião, escreva para ele: jorgetadeu@uol.com.br
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